

O Pontífice tem se informado diretamente sobre as manifestações brasileiras e deve inclusive citá-las em seu discurso na JMJ, que pretende reunir mais de um milhão de jovens de vários países.
O Papa já teria escrito seu discurso quando foi informado, pessoalmente, por prelados brasileiros sobre as manifestações e atos de violência registrados no País. O primeiro a se encontrar com o pontífice no Vaticano foi o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta.

Há 15 dias, foi a vez do arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, conversar com o Papa, seguido finalmente pelo cardeal Raymundo Damasceno de Assis, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que declarou apoio às manifestações, desde que pacíficas. O documento produzido pela CNBB estaria nas mãos do papa Francisco.
Dom Cláudio Hummes, após seu encontro com o Pontífice, disse a um grupo de católicos no Colégio São Bento que a “mensagem de Cristo está em sintonia com essas reivindicações do povo” e e acrescentou que “por isso devem estar presentes. O povo, de fato, está vivendo o Evangelho”.

O cardeal afirmou que não teme que as manifestações possam manchar a visita do Papa ao Brasil, e inclusive transmitiu ao Pontífice que os protestos não estão relacionados com sua visita, e sim contra o governo.
O documento que está em mão do Papa Francisco relata que “se trata de um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência”.

“As manifestações gritam contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública e denunciam a violência contra a juventude”, diz o documento.